Os Profetas do Asfalto
O som dos profetas do asfalto
Contestam as festas do planalto
Onde supostamente se trabalha
Lá os trabalhos resultam em falha
Desde os primórdios do Carnaval
Percebe que os grimórios ao vendaval
Foram derrubados por ervas aromáticas
Conciliados com palavras semi-automáticas
Dessa gente que não tem onde cair morto
Mas não se importa em botar lixo no porto
Nem se escandaliza com a sujeira
Ignora, não prioriza, uma civilidade inteira
Até o ímpeto de um miserável protesto
Se reduz ao imponderável e indigesto
Prejulgamento versado no terrorismo
O mesmo que a líder abraçou em fanatismo
Em nome da - pasmem - democracia!
Aliadas a ditaduras e necrocracias!
Vindo das alcovas malditas e expugnáveis
Uma nação fugindo para as covas suplicáveis
Não há mais lemas e motivos para prazer
Estamos incapazes, em assistir, tudo isso desfazer!
Nossa burocracia é gerenciar muitos canalhas
É muita desonestidade eivada de tantas falhas
Que quem trabalha costura mais maldade
Sem dar espaço para uma positiva realidade
O que é tão triste que a alma desbotada
Que ela já está nascendo sabotada
E nem dá para dizer que estamos na merda
Porque até a merda é fertilizante
É tanto jumento na política
Que boicotam a crítica
Porque ele seriam incapazes de réplica
Seria tanta estupidez que a tréplica
Se tornaria um minuto de silêncio.