Sem título pro amanhã

Sem título pro amanhã

Não sei entender dos deméritos

que afugentam os sonhos tão sonhados,

de oceanos precipitados na assimetria de afins;

de solubilidades de sentimentos que se desmantelam

nem de deficiências do coração

na incapacidade de ouvir a própria voz

como razão imbatível...

É lamentável o testemunho de óbito de histórias,

onde parte do futuro deixa de existir

naquilo tudo que cessa

quando a hora era de progredir...

Nessa escalada sem volta,

chega-se ao epílogo

com a incoerência das negativas perante o querer,

com falácias desleais

e falsas perspectivas...

O céu se desfaleceu,

o que eram viçosos prados

jazem agora em escombros,

mas nem toda sobra é caos...

Lá, além de onde a vida se bifurca,

existem outros horizontes,

outros sóis, outras praias,

outros céus, outros mares,

um mundo inteiro pra amar

e histórias por escrever...

Nunca, nenhum tempo é perdido,

nenhuma coragem é morta,

mas, as marcas do que ficarem,

jamais saberão supor

o que, hoje, nunca existiu...