Folha em branco

Hoje a inspiração não acordou, ainda dorme

E teimo olhar a folha em branco e escrever

Mas tem horas que parece que tudo some...

E o olhar se perde no infinito sem nada ver

E as letras com vida própria vão aparecendo

Se mostrando, mesmo sem nenhum querer

Coisa de poeta que não pode ver uma folha

E vai instintivamente moldando, escrevendo

Sabe lá a alma como vai em seu adormecer

Quer ser leve, flutuar livre, como uma bolha

Mas ainda hiberna, e quer continuar assim...

Não há palavras pra expressarem o momento

É essa mistura martelando, não, e sim, e fim

Folha em branco, ao poeta, é um tormento...