Traumas
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Traumas
Sofri,
chegando ao limiar da minha tolerância.
Caí,
agonizando em teus covardes braços.
Experienciei a dor.
Fui do tapete a companhia,
sangrando, indefesa, mas não resignada.
Experimentei a violência,
traumático estresse da intolerância humana.
Minha tenra idade contribuiu
– Não acreditava em tamanha barbaridade!
Foram poucos instantes, mas intensos.
Minha impotência agravou meu temor
– Tive medo.
Sou mulher singular:
meiga, concebida num lindo lar,
criada com refinado amor.
Talvez
nunca supere tamanha atrocidade.
Mas, certamente,
jamais calarei a minha voz!
As marcas deixadas,
indeléveis dentro de mim,
ressoarão nos julgamentos
da sua consciência...
Minha prisão transcende ao corpóreo.
Meu temor se tornou marca
da minha perene e sufocante desolação.
Entreguei-me em teus braços.
Doei-me, enquanto mulher e companheira.
Naquela noite, naquela cama...
Morreu a pueril ingenuidade
da menina que fui,
nascendo a fortaleza da mulher,
incansável e justa,
que te levará aos tribunais!
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 28 de dezembro de 2015.
23h03min
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