Natal

Natal

Diante da pequenez do Cristo

que não reina nas vitrines;

da mesa farta e profana

que alimenta a gula humana;

da roupa nova que encapa

o corpo de hipocrisias;

dos abraços induzidos

que não aquecem a alma;

do cálice embriagado

de assolações e de espantos;

dos votos de irmandade

que não ultrapassam dezembro

e dos olhos marejados

que não se ofuscam ao dinheiro,

um Natal feliz.