Em sete tempos
O tempo consome as folhas secas
E pra que outras vicem, faz adubo;
Desfaz sem apelo paisagens ricas,
Ora envia, outra rebusca das tocas,
Fugitivos, conforme lhes cai o cubo...
Na verdade os dados são viciados,
de quatro em quatro se repetem;
Diversos dos que usam seis lados,
dois deles, jamais são sorteados,
idos e porvir são, e não se metem...
A bem da verdade, existe o presente,
Com seus quatro modelitos diversos;
Com dois sonhamos, se, conveniente,
Um que ficou pra trás, outro em frente,
Onde “presentes” se pode ter diversos...
O pensar garimpa na mina da experiência,
ouro de tolo e preciosidades verdadeiras;
o que foi uma mera decepção na vivência,
depois, no balanço da luz revela valência,
a vacina da vida imuniza contra besteiras...
Sonho busca diamantes, no veio esperança,
sacode no crivo otimismo, as águas futuras;
uma pedrinha ou outra ele sempre alcança,
afinal, é medicina da alma esse jeito criança,
contrapor à amarga vida, pequenas doçuras...
conforme a cama elástica a grandeza do pulo,
ora, amplas alturas, ora, medidas mais rasas;
digo, somos mutantes, explico isso, formulo,
conforme as estações, fazemos nosso casulo,
conforme os tempo da alma, abrimos as asas...