confronto

Confronto

Confronto-me com os passaros saidos das arvores e caminho

Na distancia curta de pensamentos cruzados

No afloramento das ervas daninhas

Corro apressado pela noite

Onde so ficam as sombras

Indecifraveis

Temo mostrar os dedos, o rosto, a silhueta

Para que nao me reconheçam

Nao, não vou a lugar nenhum

O meu lugar é aqui

Perdido, agachado em indiferenças

Cativo dos chacais

recluso das encruzilhadas

A transpirar sangue

Não

Não vou

o vento que vá sozinho

A manhã ha-de chegar vermelha, num turbilhão de raiva

Estendida aos cabelos do sol

Com uma promessa de vingança a cumprir

E um caderno para escrever

A manhã chegará

Vingará a noite

e confirmará a esperança

Num compromisso de frutos quentes

Num sorriso mitigado

Para consolar o tempo

Agora sim

Sento-me nas escadarias da turbulencia e do medo

E desafio as ondas que choram sobre a areia

Os mastros partidos na praia

Os remos que castigam a agua

As almas que sobrevoam as pedras

Agora sim

Vou partir com os dedos desatados

E uma vontade indecifravel de gritar

Vou sossegar os medos sem pedras para atirar

Sossega-los com compaixao

Deixá-los furiosamente a latir

Ate que se cansem

Esquecidos no tempo

luis martins
Enviado por luis martins em 16/12/2015
Código do texto: T5482494
Classificação de conteúdo: seguro