Jovem Zumbi
Largado descalço embaixo da ponte
Perdido drogado se lava na fonte.
Nas suas loucuras se imagina de terno
Quando volta a si mesmo se vê no inferno.
Tudo começou com uma ervinha,
Foi evoluindo e passou pra farinha
Era lança, era pó, lsd e erva
Quando notou já estava estagnado na pedra.
Largou família, amigos e sua casa
Agora sua mente vive na brasa.
Hoje em dia não lembra de mais ninguém
Não possui sonhos nem lembranças, sua vida da droga virou refém.
Passa necessidades na rua vazia
As noites sem droga são só melancolia.
Braço coça, nariz escorre, a mente enlouquece
Precisa de um cachimbo pra ver se da vida ele esquece.
Policia aparece ele tem que correr
Se eles o pegam fazem-no desaparecer.
Da graças a Deus quando consegue escapar
Problema é arrumar um lugar seguro pra ficar.
Pra sobreviver pede esmolas nas avenidas
Ganha algumas moedas de quem nem olha em sua cara
Pessoas passam e nem sequer o enxergam
Seus olhos de lagrimas se carregam...
As vezes ele tem lembranças de sua vida
Pensa em parar de fumar e sair da avenida,
Procurar sua família e pedir ajuda
Mas logo desiste pois acha que não tem mais cura.
O jovem zumbi vai seguir sua jornada
Sem família, sem amigos, sem nada.
Vagar por ai em todas avenidas
Esperar a morte em alguma dessas esquinas.
Ver se desaparece por ai
Pretende fumar o cachimbo até sumir.