A grande passagem.

A grande passagem.

A natureza é indiferente.

Quem for mais forte na guerra vence.

Por isso o homem perde.

Sobra apenas uma onda de silêncio.

Que agrega submissamente ao medo.

Sintetizando na ambígua angústia.

Sob a insígnia do desaparecimento.

Os últimos sinais o niilismo tipifica a positividade.

Indicando ao contrário a essência da vida.

A dimensão do nada.

A falta de qualquer sentido. Sobretudo, para aqueles que ficaram.

Perdido nesse distante ponto do universo, sem referência.

Apenas uma estrela solitária na imensidão.

Somos apenas o envelhecimento.

Isso quando conseguimos envelhecermos.

É necessário inverter a lógica da razão.

Esquecermos a tradição e o auscultar o movimento da natureza.

Por último deixarmos que o instinto prevaleça.

Por meio da forma grandiosa do desprezo.

Somos apenas uma passagem fútil, incerta e desnecessária, tão somente uma minguada invenção.

Pedindo aos olhos da obrigação a compaixão.

Sem entendermos a dimensão do abismo.

A ponte e as margens, a solidão descritiva.

Destrói-se a construção, com vista ao aperfeiçoamento.

Afinal aceite a ideia cíclica do tempo.

De tal modo que o novo terá que ser igual ao procedente.

A natureza vai-se eternamente repetindo, refazendo a si mesma.

Variando formas, diversificando dizeres, mudando os olhares.

Tornando Complexas as interpretações e modificando suas representações.

Fazendo a roda girar eternamente, ninguém é por finalidade própria

divino ou escolhido.

Tudo acontecendo aleatoriamente.

O homem ordinário fugindo assustadamente.

Das ideias perversas da repetição.

No entanto acontece, não por preceitos metafísicos.

É inútil a dor e quase sempre cheia de perversidade à alegria.

Mas ela é necessária ao parto.

A ficção da mesa e a imaginação.

A intuição da mudança de estado

E o tempo como algo necessariamente parado.

A mesma lógica com todas as coisas.

A defesa especificamente da inexistência.

Apenas um sinal, o qual não devemos dizer.

Mas sabemos o que representa a sombra, veja aqui como ela passa e representa a imagem.

Sem significação as vossas descrições.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 14/12/2015
Reeditado em 15/12/2015
Código do texto: T5480311
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