VERBOS, VERBETES, VERBORRAGIA
Os verbetes trazem falsete
De um trejeito único
Nesse universo em anexo
A tudo que transita por aqui
De jeito que não tem jeito.
Os verbos atiçam o cérebro
Que vasculha e revira as entranhas
Atrás de uma emoção estranha
Que traz uma verde grama e uma poça de lama
E mesmo sendo óbvia a escolha, ela não rola
E isso exaspera todo o meu incoerente ser.
A verborragia seria a possível saída
Mas não consigo sucumbir ao devir
Do que não parece satisfazer não sei o quê
Que vive em ininterrupta luta, ora prevista, ora súbita
Noutras absolutamente bruta e abrupta
E essa consonância culmina em repugnância na forma de ânsia
De desfazer o que corrompe o front sem nenhuma perspectiva de horizonte.
Zarondy, Zaymond. Verbos, verbetes, verborragias. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.