VERBOS, VERBETES, VERBORRAGIA


Os verbetes trazem falsete
De um trejeito único
Nesse universo em anexo
A tudo que transita por aqui
De jeito que não tem jeito.

Os verbos atiçam o cérebro
Que vasculha e revira as entranhas
Atrás de uma emoção estranha
Que traz uma verde grama e uma poça de lama
E mesmo sendo óbvia a escolha, ela não rola
E isso exaspera todo o meu incoerente ser.

A verborragia seria a possível saída
Mas não consigo sucumbir ao devir
Do que não parece satisfazer não sei o quê
Que vive em ininterrupta luta, ora prevista, ora súbita
Noutras absolutamente bruta e abrupta
E essa consonância culmina em repugnância na forma de ânsia
De desfazer o que corrompe o front sem nenhuma perspectiva de horizonte.


Zarondy, Zaymond. Verbos, verbetes, verborragias. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.
 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 12/12/2015
Reeditado em 04/04/2017
Código do texto: T5478060
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