A Chaleira e a Alma

Pelo fogo a água cristalina nascida

É aquecida pela impulsão dos dias

E na imobilidade do corpo, como água na chaleira

É chamada para libertar-se

No aquecimento

O invólucro corpóreo, estático vibrante

Permite o metamorfosear da Alma

Chegando após tremor, no calor, ebulí-la

Ao final, a Alma num gesto de liberação

Do líquido, entra no gasoso

Sai das amarras do denso

Sutiliza, evapora rumo à liberdade

Despede do corpo,

Não deixa rastro

Dirige-se ao retorno

Muda de plano

Pelo ígneo, o líquido frio transmuta

Pela pressão e calor, evapora

Encontrando no ar o aconchego

Para assim retornar

A Alma segue, na impermanência ditada pela Lei

No ciclo contínuo, indiscutível

Luta do corpo e espírito

Vida e morte

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 11/12/2015
Reeditado em 11/12/2015
Código do texto: T5477424
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