CIGARRA
CIGARRA
Em seus canteiros
Com troncos ressequidos
Mantenham o seu espaço
O último fôlego:
Em tardia chuva
Hão de brotar
Num esforço
De uma raiz estressada
Com mais força,
Nova vida.
Um número
Bem menor
De cigarras cantoras
No vindouro ano
Irão chegar.
Cantaram no tempo certo
Para se acasalarem
Mas, o homem
Na sua inconsequência
A mudança climática,
O aquecimento global
Distorceram o tempo e a hora
Este ciclo
Não há que voltar.
São pequenas mensagens
Que requerem reflexão.
E, se assim procedermos,
O eixo imaginário
Sem o atrito dos contrários
Haverá de voltar!
Sintamos
O frescor da terra,
O seu suspiro morno,
Os seus componentes de vida
Em exuberante êxtase,
Água que lava a alma
-Enxurrada do coração!
Sujeira, Sujeira
De toda nação!
Belo Horizonte, 27 de outubro de 2015- Atalir Ávila de Souza.