Bendita

Bendita seja a poesia que a nossa alma alimenta,

Que colore o nosso dia, humaniza, ameniza dores;

Que converte lágrimas em palavras, nos sustenta,

Umidifica a semente, brotam e colhemos flores...

Que une, enquanto o mundo triste se dispersa,

Oferta letras que caem bem, sempre na moda;

Vestem medidas perfeitas desse ser que versa,

E sem querer, às vezes, aos outros incomoda...

E ainda acha graça da política que nos esculacha,

E o poeta revida, indignado dessa tão cruel troça;

Bendita seja a poesia que resgata suspiros tantos,

Que muda ou recitada, tem a doçura de um canto...

Que une poetas nesse Recanto, ou em outro canto,

Seja quadrado, círculo, triângulo, livre, sem limites;

Camaleoa camuflando seres, que olham sem espanto,

Que venham muitos poetas loucos e essa arte, imitem.