TERRITORIALIDADE INDÍGENA
A terra em sua importância
Carrega os filhos do sol,
Gesta a cultura na singularidade da aldeia querida
Com a nossa peculiaridade
Territorializamos a geradora da vida.
Na forma de apanhar o jenipapo,
Na batida dos pés no chão,
No ritual de cortar o cabelo,
Nos grafismos típicos de cada nação,
Impregnamos nossa afirmação.
O território é por assim dizer,
Um espaço geográfico,
Onde realizamos nossas atividades,
Onde rememoramos nossa cultura.
De onde tiramos nosso sustento
Que pode ser partilhado e celebrado.
Por isso, ele se faz tão importante,
Tão essencial, e simbólico.
E a territorialidade é o resultado dessas práticas.
Está viva em cada sonho, em cada renascer,
No florir de nossas crianças, em cada amanhecer,
No adeus aos nossos anciões,
Na certeza que entendendo sua importância
Vamos manter a chama da luz
No fogo sagrado, uma chama que reluz.
E aquece-nos do frio do preconceito,
Na imortalidade do que representa,
A cultura material e imaterial,
Presente na força ancestral.
Não esquecendo que a territorialidade
Está também no conhecimento do pajé,
Em cada narrativa, na escrita do meu pensar.
E é a memória do meu lugar,
E o lugar da minha memória.