Soma
Não sou o sol do amanhecer
Ou a beleza e cores da primavera
Sou o frio da noite de outono
O anoitecer do que mais se espera
Sou toda melancolia de domingo
O calor que aquece a alma gelada
O desamor de um coração partido
O grito vindo de uma frase calada
Sou a água no pulmão afogado
Sou a sede do desejo sem fim
A esperança do futuro incerto
O hematoma de cor carmesim
Sou a dor, a mágoa, o ódio
Tudo aquilo que já quis esquecer
Sou o rancor, o veneno da vida
Sou euforia, o sorriso, o prazer
Sou toda a calmaria do porto seguro
Mas também a fúria da tempestade
Sou a agonia na noite de insônia
Toda a dor por sofrer de saudade
Sou todo o amor guardado comigo
Toda a alegria que em ti existiu
Toda a miséria de alguém sozinho
Tudo que por medo tu já desistiu