Poética de domingo
Nasceu a poesia
De uma nota triste
De olhos molhados
De um barco ancorado
Num braço de mar.
Nasceu, quem sabe,
No rodar de um catavento
Ou num castelo medieval.
Poesia, lavra universal.
Pode ter nascido de um beijo
Da angústia dos amantes
Ao se amarem num capinzal.
Ou da ira fatal
De um secreto desejo
Do pecar ou do penar?
Surgiu, quem sabe, dos brincantes
Dos medievais mascarados
De reis e rainhas encantados
Quem sabe nasceu assim...
Elevada como um véu
Inspiração lúdica em mapas do céu
Nas aguadas, ribeiros e arenas
A poesia
Forjada na dor e na agonia
Que de tão brilhante e plena
Manchou a noite de estrelas
Do trovador fez-se guia.
Beijo a todos!