Sinais

O céu da tarde saiu de cena “arrebolando”

Digo, pintando as nuances dum arrebol;

Essas nuvens meio terracotas, quando,

A chuva decide dar o microfone para o sol...

A noite cerrou cortinas para troca do ato,

os bichos noctívagos puseram o pé na rua;

a toca, por um pouco se viu alheia do rato,

que saiu buscar o queijo sob auspício da lua...

Medito meio preguiçoso no consorte labor,

Deus e homem; um cria, outro, só apronta;

Ele não se furta em ligar seu amplo regador,

o plantio do jardim, corre por nossa conta...

Os sinais celestes que vejo desde meu divã,

Não apontam nenhum oásis nesse deserto;

Se o advento do sol é seguro para amanhã,

A vinda de amada ainda é um caso incerto...