Realces

Esse brio onde o próprio amor não abafa amor próprio,

Sentimento besta, que muito poucos têm;

Optam pela anulação mendigar na estrada,

Esse zelo comigo mesmo, é quase nada,

Mas, é um nada que me faz muito bem...

Essa segurança que tolhe o risco de se cortar os pulsos,

Ao constatar que não era meu, o meu bem;

Antes, a minha febre precisava ser curada,

Manter dignidade aí, é bem mais que nada,

Contudo, não permito-me, nada, aquém...

Essa mania de respeitar à proba muralha da verdade,

Mesmo quando contra mim, a dita, vem;

E, alguma lambança acaba sendo revelada,

Me é menos má que justificativa mascarada,

Vagões da mentira não enrosco em meu trem...

Essa coletânea de erros que acumulei nas idas andanças,

Fazem mosaico confuso, de mal e de bem;

História que assumo, não quero maquiada,

Cambio pensares, mas, não olvido de nada,

Fragmentos de vida que meu HD contém...

Essa mania de rasgar máscaras, dando os nomes aos bois,

Sempre chamo os tais pelos nomes que têm;

De intolerância ou, bem pior, já foi acusada,

Por causa da dita cuja, levei tanta pedrada,

Mas, devo-lha a saúde que a consciência tem...

Todos os foras, que acumulo em meu mal fadado currículo,

Pensei em somá-los, mas, acho melhor, nem;

Cada vez que mirei fundo na pessoa errada,

Digo, que a sina malogrou a ventura anelada,

Pincelou no quadro o realce da ventura que vem...