Monólogo da Involução
A umidade pantanosa me é suspeita
Das minhas crenças sutilmente atadas
A calamidade venenosa assim refeita
Criam tarefas e tarefas em encruzilhadas.
Posto que o torpor não me espanta
Cada hora a palavra torna-se turva
Gosto deste porvir que não me encanta
A espera é um sorriso isento de curva.
Este canibalismo temporal em consumir
O tempo, a si mesmo e toda a existência
A massa espiritual segue em expandir:
O caos, o cataclisma e a volátil insistência.
Até que o meu silêncio servil em ser vil
Reaja conforme a sútil necessidade
Quando o fim de tudo estiver por um fio
Interaja com a diagnose da realidade.