Re verter
A retomada de um brio adormecido,
Carece de certa crise que o desperte;
Pois, a rotina se nos pega e duvido,
Que sem aguilhão alguém se liberte...
Pouco vale chorar o tempo perdido,
Vale que tempo restante se concerte;
O “som” dos alheios erros se, ouvido,
É despertador, que a gente se alerte...
E de posse desse aprendizado vivido,
Resta aos olhos, direcionarem o flerte;
Não como sonhando com elo perdido,
Mas, como uma alavanca que reverte...
Pra desvincular-se do trilho já seguido,
Rever valores como o que se converte;
encarar novos desafios, bem decidido,
A receber corajoso o que o Fado oferte...
Certo aperto de mão que foi oferecido,
É digno, então que confiante se aperte;
Pois, desconsidera o passado adoecido,
mostra a seta pra que no devir se acerte...
O amor próprio não mais adormecido,
sem carecer, pois, quem lhe desperte;
um trabalho de Hércules bem sucedido,
não teria sido, se, permanecido inerte...
O pastor reencontra o bicho perdido,
Chama os amigos, com eles se diverte;
enfim, antiga fonte que tinha morrido,
redescobre a água, e outra vez, verte...