A Roda do Desprezo
Quando eu vejo o olhar reprimido
falta-nos causas que aliviem a paz
Traz um eco nebuloso e oprimido
de incerteza que só a loucura faz.
Eu faço assim: é sofrer o sofrer
não é loucura viver o menosprezo
Mas quem faz sofrer há de ser
filamento engenhoso do desprezo.
Ainda que não reverencie o nascer
de toda a contemplação do humano
Morre na alma viva em querer viver
ante a imundície da vileza mundana.
O dia que aceitar os teus sonhares
saberás a retribuição do passado
Atado aos crípticos pesos tumulares
o mesmo pesar de ser desprezado.