Não conseguimos salvar a todos.
Não conseguimos recuperar tudo.
muito que se foi, 
o foi para sempre...
mas, deixou vestígios,
bilhetes escritos na alma,

São pegadas sujas
num caminho virgem,
e talvez pétalas
de uma primavera antiga.

Não conseguimos a felicidade eterna.
Estamos condenados
a estar sempre em busca.
Estarmos na caça
ou ser a caça...

Ora na gangorra do tempo, 
enxergamos longe o horizonte
E ora, de tão perto o horizonte,
nos apresenta um abismo
Repleto de silêncio indecifrável...

Não conseguimos decifrar todas as senhas
E penetrar na laboriosa semântica
dos afetos...
dos laços invisíveis
a abraçar tudo em nossa volta.

A fazer de tudo um conjunto...
onde nós, somos apenas uma mera peça.

O heroísmo é uma ironia.
Uma blasfêmia.
O romantismo é um escárnio.
Uma mentira delicada
que nos alimenta.
Como nos alimentamos de ilusões.
Vivemos vitórias e derrotas.

Tal qual crianças que brincam
com cacos de cristais.
Eles brilham e refletem as multicores
da luz solitária da noite.
Num céu onde não conseguimos
contar todas as estrelas.

Talvez as limitações sejam nossos
principais mistérios.
Desvendados pela proeza
de não vencer.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 21/11/2015
Código do texto: T5455800
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