Sim, falemos das flores, mas não nos esqueçamos das dores do próximo. Acredito que os homens de corações bondosos, ainda que estejam felizes, comovem-se com aquele irmão que encontra-se na pior das prisões... Que são os calabouços d’alma, desta só ele próprio pode libertar-se. Esta peleja é solitária, mas rogo aos que estejam nela que em breve possam contemplar... As luzes da liberdade!
O SEGUNDO SOPRO
Risco o último palito de fósforo
E o que me move incendeia-se...
Olho no casio e os embaçados dígitos
Assinalam duas horas da madrugada
A rua em que me encontro está vazia
Cães assustados anunciam algo estranho
Mais alguns minutos... E ele chega
Suas vestes são sujas, um odor de enxofre
Não consigo fitar o seu rosto
Acredito que dois metros de estatura
Ele caminha em passos cadenciados
Sinto meu corpo petrificado...
Até que estamos frente a frente
Neste momento minhas pernas
Estão tremulas e um arrepio
Me rasga o corpo de norte a sul
Somente com uma mão ele me toma
Apaga o meu prazer com veemência
Parece ignorar o calor do fogo
Agora consigo olhar em seus olhos
Mas não mais que alguns segundos
Neles vejo duas tochas avermelhadas
Provavelmente as chamas da maldade
E com uma voz tempestuosa ele diz:
Este é o meu único aviso jovem
Tu que vagas com os lençois da noite
À procura de ilusões paranoicas, aquelas
Que fazem o sangue latejar mais rápido
Ou até mesmo torná-lo estático
Desta vez permitirei que retornes
Por que sei que esta guerra
Pertence somente a ti...
Sei que tua fraqueza te impede
Mas ainda assim, pensa nas vezes
Em que o sol enxugou as lágrimas,
As lágrimas de tua mãe nos cafés da manhã
Em que teu lugar na mesa estava vazio
Por que andavas em busca de alucinações
Eu não sou aquela que te tomas
Mas posso ser o corvo que agora
Tem benevolência de ti
E não te imprimirá este beijo...
Liberta-te! Para que tu não tenhas
Que ter um segundo encontro comigo
Pois no dia que isto ocorrer...
Tua alma deixará o teu espectro!
Assim que aquela voz apavorante cessou...
Fui abrindo meus olhos amedrontados
E comecei a esboçar um sorriso feliz
Por ter a chance de contemplar a luz
E por despertar deitado...
Nas protetoras pernas de minha mãe
Que afagava meus cabelos molhados
( Fábio Ribeiro - Nov/2015)
O SEGUNDO SOPRO
Risco o último palito de fósforo
E o que me move incendeia-se...
Olho no casio e os embaçados dígitos
Assinalam duas horas da madrugada
A rua em que me encontro está vazia
Cães assustados anunciam algo estranho
Mais alguns minutos... E ele chega
Suas vestes são sujas, um odor de enxofre
Não consigo fitar o seu rosto
Acredito que dois metros de estatura
Ele caminha em passos cadenciados
Sinto meu corpo petrificado...
Até que estamos frente a frente
Neste momento minhas pernas
Estão tremulas e um arrepio
Me rasga o corpo de norte a sul
Somente com uma mão ele me toma
Apaga o meu prazer com veemência
Parece ignorar o calor do fogo
Agora consigo olhar em seus olhos
Mas não mais que alguns segundos
Neles vejo duas tochas avermelhadas
Provavelmente as chamas da maldade
E com uma voz tempestuosa ele diz:
Este é o meu único aviso jovem
Tu que vagas com os lençois da noite
À procura de ilusões paranoicas, aquelas
Que fazem o sangue latejar mais rápido
Ou até mesmo torná-lo estático
Desta vez permitirei que retornes
Por que sei que esta guerra
Pertence somente a ti...
Sei que tua fraqueza te impede
Mas ainda assim, pensa nas vezes
Em que o sol enxugou as lágrimas,
As lágrimas de tua mãe nos cafés da manhã
Em que teu lugar na mesa estava vazio
Por que andavas em busca de alucinações
Eu não sou aquela que te tomas
Mas posso ser o corvo que agora
Tem benevolência de ti
E não te imprimirá este beijo...
Liberta-te! Para que tu não tenhas
Que ter um segundo encontro comigo
Pois no dia que isto ocorrer...
Tua alma deixará o teu espectro!
Assim que aquela voz apavorante cessou...
Fui abrindo meus olhos amedrontados
E comecei a esboçar um sorriso feliz
Por ter a chance de contemplar a luz
E por despertar deitado...
Nas protetoras pernas de minha mãe
Que afagava meus cabelos molhados
( Fábio Ribeiro - Nov/2015)