CENTELHAS DE VIDA

No início, como uma chama ardente,

Com toda alegria e esperança,

Com todo vigor e entusiasmo,

Com toda força e confiança

Enfrentava o trabalho.

Não tinha seca e nem inundação,

Não tinha espinhos e cardos,

Não tinha nenhuma maldição.

Era só cuidar e lavrar

Que a natureza correspondia.

Sem estresse, cobranças, competições,

Assim Adão vivia.

O trabalho o dignificava.

De certa forma, o completava.

Era parte de sua felicidade

Junto com sua cara-metade.

Até que...

Um dia,

Pecou.

Adeus boemia!

A terra passou a ser sua rival.

Tudo seria dificultado.

A desobediência ao Pai

Resultou nas conseqüências do pecado.

Hoje, a herança maldita continua.

Iniciamos numa empresa com toda vida.

Até que, os espinhos e cardos aparecem,

Início de nossa sobrevida.

As metas inalcançáveis,

A exploração de toda sorte,

As cobranças desmedidas,

Até nossa própria morte!

Morte emocional,

Morte dos sonhos,

Morte dos ideais,

Profissionais sem sono.

Um caminho sem volta,

Uma roda-viva de morte,

Um ciclo doentio,

Não há quem suporte.

Chega o momento que não aguentamos mais

E começamos a agonizar.

Capitalismo Selvagem,

Até quando tal mal nos causará?

Ó Juiz de Toda Terra!

Vem com Teu anzol e cabresto

Julgar estes selvagens opressores,

Retribuindo-lhes o devido preço.

Olhe por nós!

Precisamos de trabalho com vida,

Com igualdade e qualidade,

Com respeito e equidade...

Não suportaremos por muito tempo,

Pois está chegando a “hora da partida”.

Não somos mais jovens vigorosos,

Restam-nos poucas CENTELHAS DE VIDA!

SN DE RIO NOVO DO SUL
Enviado por SN DE RIO NOVO DO SUL em 17/11/2015
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