IMPENSÁVEL
A incógnita do silêncio,
a incerteza do futuro,
a ausência do pensamento
adormece na esfera
na fração de algum tempo.
Quiçá houvesse algum senso
no ser assim tão imaturo
e poder por um momento
parar de pensar! Quem dera
o absoluto, cem por cento!
Não obstante, revolvo e penso:
vivo no passado duro
em que, dantes, o meu alento
estava acima da terra
passando como o vento.
O futuro jaz intenso
no âmago do tão escuro
bendizendo o passamento
do que se foi, mas não era
nada de vislumbramento.
O impensável é tão tenso;
difuso, faz-me inseguro.
Não me pego e não me aguento;
Meu espírito vaga e erra
num eterno assombramento.