Trevas na "Cidade Luz"
Sábado é, porém, o pensar não descansa
Certas coisas, apenas, deixamos às sextas;
Meditar é uma nave, que parado avança,
Ao que incomoda, as inquietações, estas:
Existem vidas demais na velha França,
Ou, humanidade, menos, nalgumas bestas...
Dizem que sexta-feira treze é meio trágica,
Estaria o capeta saindo para a sua festa;
E fatos assim parecem conferir co’a lógica,
Ao plantio de uma sina demasiado funesta,
Coincidência, ou escolha, nada de mágica,
Tempo é inocente, a gente que não presta...
Nossos medos são nossos, de todo o dia
No mesmo, há gente sofrida e gente feliz;
Concurso simultâneo de tristeza e alegria,
Cada qual selecionou da maneira que quis
Dizem que Santos Dumont ao quinze temia,
Aí, saiu do chão pilotando ao catorze Bis...
O número é alheio, vale o rumo dos passos,
De erro em erro, certa experiência empilho;
Experiências são ímpares, não há em maços,
De muita fricção é que resulta, enfim, o brilho
da cópula insistente com catorze fracassos,
Curiosidade e anseio engendraram um filho...
Também na França perto da Torre Eiffel,
faz tempo, mui longe do mundo moderno;
escolhas, um quer ser sábio, outro, só cruel,
desconsiderando o juízo preciso do Eterno;
há almas leves cujas aspirações vão ao céu,
e pesos mortos que se antecipam ao inferno...
Escolhas, reitero, valores, aspirações de cada,
Eu decido qual peso sustento em meu úmero;
Ensino é semente, na seara da alma plantada,
Que viça, não um dispêndio inútil, efêmero;
Explodiu a bomba desde a infância armada,
Vida não é loteria, inocentem, pois, o número...