Estrada de vidro
Será meus olhos sem visão
Nessa estrada transparente?
Será meu corpo solitário
Nesse desencontro descontente?
Tua sombra permanece
Na infinita estrada sem cor,
Olhar causa incerteza
Será você o meu amor?
Tão pouco quis enxergar
A verdade que me cercava,
Gritei aos quatro cantos
Será ela a minha amada?
Não quis acreditar
Tua sombra eu não via,
Meu reflexo reluzente
Mostrou você em minha mente.
Ando por essa estrada
Procurando te reinventar,
Um estalo chega em fúria
Calando minha lamúria.
Caio lentamente no espaço
Chuva de vidro me persegue,
A dor já desconheço
E no infinito desapareço.
Teresina, 30.10.15