Versando o silêncio

Vamos versar nosso silêncio, poemas em branco,

Em páginas amareladas de um tempo tão franco;

Vamos conjugar palavras, impropérios indignados,

Vomitados pelo vento, varrendo, vem desalmado...

Conectados em ondas, fantasmas de nós mesmos,

Trejeitos encalacrados em versos feitos, a esmo;

Vastos pensamentos prontos, em frases prontas,

Em fases da vida, rodopiando universo, fico tonta...

E verso na solidão que nos invade, em tantas horas,

E o poema teimoso, resolveu criar forma bem agora;

Já não há mais espaços, entre os pontos me encaixo,

Na repetição me perco, entre o liso e os meus cachos.