O melhor dos tempos
Na sociedade da impunidade,
o melhor dos tempos já passou,
tornou-se uma lembrança nublada de uma nação covarde e acomodada.
Vivemos como se o mundo fosse apenas nossa casa
e a sociedade, nossos entes queridos.
Ser humanidade é ir além das paredes
que nos aprisiona num mundo ilusório e pessoal.
Porque o pior dos tempos está aí...
Desperançando os jovens corações pulsantes.
Quantos não nascem neste mundo desacreditado?
A injustiça impera lá fora.
A opressão traça o caminho da indiferença.
Na idade da sabedoria, vivenciamos a insensatez.
Nos maravilhamos com nossos inventos que enchem os olhos
e transforma nossa vida em marionete.
Somos solidários, mas agimos como inimigos uns dos outros.
Nossa visão mecanicista e pessimista do outro desencadeia
o ódio de raça, religião, ideologia...
Destruímos, massacramos, torturamos, fazemos guerra,
negamos no outro a humanidade que existe em nós.
Nossa comunidade terrestre caminha para um destino terrível
caso a sensatez não impere em nós.
A solidariedade se faz presente num futuro cada vez mais sombrio.
A terra é uma pátria em perigo.
A humanidade é uma espécie ameaçada de extinção.
A era da fé dá seus últimos suspiros.
A incredulidade é nossa ideologia diante da corrupção,
do nepotismo, da criminalidade, da justiça dos ricos.
Ser surdo, cego, calado e submisso é o homem moderno,
habitante nato da sociedade dominadora.
A primavera da esperança brota um botão discreto
de uma mudança lenta, mas significativa.
Porém, o inverno do desespero ainda há de durar bastante,
pois a ignorância e alienação ainda persistem como mácula.
Tínhamos tudo e nada tínhamos.
O que somos só o tempo responderá.