O melhor dos tempos

Na sociedade da impunidade,

o melhor dos tempos já passou,

tornou-se uma lembrança nublada de uma nação covarde e acomodada.

Vivemos como se o mundo fosse apenas nossa casa

e a sociedade, nossos entes queridos.

Ser humanidade é ir além das paredes

que nos aprisiona num mundo ilusório e pessoal.

Porque o pior dos tempos está aí...

Desperançando os jovens corações pulsantes.

Quantos não nascem neste mundo desacreditado?

A injustiça impera lá fora.

A opressão traça o caminho da indiferença.

Na idade da sabedoria, vivenciamos a insensatez.

Nos maravilhamos com nossos inventos que enchem os olhos

e transforma nossa vida em marionete.

Somos solidários, mas agimos como inimigos uns dos outros.

Nossa visão mecanicista e pessimista do outro desencadeia

o ódio de raça, religião, ideologia...

Destruímos, massacramos, torturamos, fazemos guerra,

negamos no outro a humanidade que existe em nós.

Nossa comunidade terrestre caminha para um destino terrível

caso a sensatez não impere em nós.

A solidariedade se faz presente num futuro cada vez mais sombrio.

A terra é uma pátria em perigo.

A humanidade é uma espécie ameaçada de extinção.

A era da fé dá seus últimos suspiros.

A incredulidade é nossa ideologia diante da corrupção,

do nepotismo, da criminalidade, da justiça dos ricos.

Ser surdo, cego, calado e submisso é o homem moderno,

habitante nato da sociedade dominadora.

A primavera da esperança brota um botão discreto

de uma mudança lenta, mas significativa.

Porém, o inverno do desespero ainda há de durar bastante,

pois a ignorância e alienação ainda persistem como mácula.

Tínhamos tudo e nada tínhamos.

O que somos só o tempo responderá.

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 09/11/2015
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