FINADOS
FINADOS
Fernando Alberto Salinas Couto
Vê –se em cada jazigo,
duas datas, um nome,
alguns sonhos perdidos,
uma batalha vencida...
um parente, um amigo,
uma dor que consome
no limiar de uma vida.
Sepulcros profundos,
ocultando a verdade
dum romance partido,
entre dois mundos,
nutrindo a saudade
em um coração ferido.
E, um pardal solitário,
perscruta segredos
e, pousando calado,
sobre a cruz do calvário
de alguém que avançou,
desfiando remotos medos
de um passado enterrado.
Assim, em cada campa,
nota-se uma fria lousa,
sobre mais alguma vida
que recebe toda pompa,
talvez, depois, esquecida.
RJ – 02/11/15