O Servo Da Poesia
Por favor, poeta, não te aquietes!
A madrugada ainda é menina
Há tempo para mais um café
Ou um chá, se desejares
um cigarro, se ainda fumas...
Mas por todos os menestréis,
não guardes na gaveta a caneta
e os papeis, se o poema ainda te chama,
corre os dedos, ascende a chama...
E enquanto as palavras gritarem
Enquanto os versos urgirem
Não poderás fechar os olhos que enxergam
mundos delirantes, que nascem em instantes
em que teus dedos varrem as linhas...
Lembra-te poeta:
Não és dono dos poemas...
Guarda apenas a alegria de transcreve-los
Não és Senhor da Poesia,
és servo!