Ser poeta
Sou poeta que mente, descarado,
compro rusgas de amor com a solidão.
Sou poeta que sente, amedrontado,
quando as curvas do céu se vão ao chão.
Sou poeta que vive à calma antiga,
quando acaba do tempo o que restou.
Sou poeta que em riste o amor abriga,
e por isso, por vezes, quase sou.