Dúbio
Nem resignado nem em desespero,
olhando o vento, cogitando a chuva;
digamos que o fado induz ao sendeiro
que além de estreito, óbvio, tem curva...
Sem placas carecemos dirigir devagar,
explorando a alguns perigos ignotos;
Mesmo “no escuro” temos que andar,
Medo da chuva é uma coisa de garotos...
Esses vazios clamando pelos recheios,
da acre sina cuja dureza inda requinta;
A absoluta impotência dos meus meios,
o matiz com que essa aquarela se pinta...
Sapiência manda esperar pelas nuvens,
para ver se a planta terá devida unidade;
burrice emocional pode morar na dúvida,
ou, quiçá, no chalé rústico da credulidade...