A MORTE

Tive sorte,

Tenho Amores...

Com eles aprendi

A ver a vida

E também a morte.

Vi o homem

Esperando a morte,

Repousando

Na sala de estar.

Às vezes,

Ela vem assim,

Bem devagarinho,

Silenciosamente,

Como um passarinho...

Às vezes,

É até boa...

Outras, pode vir

Na lâmina fria

Ou na bala à toa...

Pode ser quente

Como na sezão,

Às vezes fria

Como um arrepio..

Pode ser rápida,

De coração...

Ou estupidamente,

Nos segundos

De uma desaceleração.

Sei que tudo finda...

Sei que na vida,

Já tive sorte!

Quero esperar, ainda,

Sentado, bem tranquilo,

Na varanda da minha casa

A fraterna MORTE.