Fugidios!

Fugidios!

...

Os campos estão espessos

Brotam sapos a coaxar delírios

E nas ruas as línguas:

Amordaçadas

as papilas lodosas borbulham

embriagadas de vozes

Mortas e sufocadas:

Indecisas

Empoçam de fel as entranhas

Se drogam em murmúrios

Devassos são os dias libertos

E os sapos pulam fora da salmoura

Em paraísos estão acastelados

Abastecidos de Aleluias na primavera

Ah e o tempo vem de trás para frente

Tempestade de horrores açoitam

A rainha que voava fertilizando o campo

Ai de nós, ai de nós!

Jennifer Melânia
Enviado por Jennifer Melânia em 29/10/2015
Reeditado em 29/10/2015
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