Discurso dos Ventos * Antonio Cabral Filho - RJ

Discurso Dos Ventos

*

Cruzo as ruas

E seus hermeneutas

Desfilando discursos

Enfileirados

Seguindo a ordem unida

Das disciplinas disformes –

Ovos de serpentes extintas

Noto cobranças herméticas

Em prosas prolixas estéreis

Nos raios cortantes das pedras

Um vento frio repõe a poeira

Erguida pelos coturnos

De antigas marchas cinéticas

Tudo se move

Por entre os cubos de gelo

Da velha taça sempre inerte

E quando eu puder

Também farei discursos herméticos

Para os ouvidos moucos

Mas por ora

Ouçam o que dizem os ventos

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Antonio Cabral Filho
Enviado por Antonio Cabral Filho em 28/10/2015
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