Contemporização da Insana (Idade)
O ser humano é feito de:
Orgulho, Desafio e Desafeto
Paradoxo, Destempero e Afetação
Alma, Corpo, Ideia e Objeto
Loucura, Indecência e Alienação
Num Pote de idiomas e dialetos
Suturas, Escaras e cheiro de Altercação.
(Somos quase bons se não fossemos humanos.)
Remete as bestas mitológicas
Divaga entre as hipocrisias doentias
É a essência da obliteração patológica?
É a fomentação das dolências e carestias.
A inspiração da desonestidade axiológica
Apoiada pela morbidez com certa simpatia.
(Somos bestas de Segundas às Sextas.)
Vivenciamos a teratologia primária
Do condenado cérebro reptiliano
Do canibalismo da própria fantasia
Somos um só excesso provinciano
A imagem humana é disforme poesia
Um belo trono feito de resgate profano.
(Feitos de pó até comida de verme e só.)
Somos bestas selvagens de nós mesmos
Vencidos desde a anamorfose intelectual
Caídos num chão onde atirado à esmo
Vivemos sujos até a procissão funeral
Somos um gado processado para sesmos
Um ode as nossas fealdades da orla imaterial.
(Sim, produtos de um denso fardo bruto.)
Destinado a ser gente infelizmente.
Insano como as pessoas são estranhas
Não merecendo nada além do químico reagente
E da dissolução da essência e de suas entranhas
Tudo não passa de um delírio intransigente
A resistência em existir é uma intrépida barganha
Irritante e inefavelmente condescendente.
(Um clássico horror que versa a realidade de si mesmo.)