" AMORAS SELVAGENS "
Nomeavas orquídeas, palmeiras,
Flores talvez, grilos desfraldados nos canteiros.
Notei teu riso claro, límpido como as águas do riacho
E busco na memória o riso
De minha mãe; afogo-me na dor de minha lembrança.
Uma doçura permanece no meu peito
Que me leva ao centro da verdade.
Não vivo só de trevas, ensina-me a mentir,
Preciso de verões e de poemas.
Não sei porquê só agora me sorris,
Permanecias absorta com coisas
Como as maritacas que sugavam
O leite das amoras selvagens
E me dou conta que agora o teu sorriso
É muito tarde.