RETRATO FALADO
RETRATO FALADO
Sou forte para lutar pelo que quero,
Sou frágil para recuar com um espirro
Carimbo de forma brejeira imprimo uma marca,
quando quero, driblo o mais feroz jogo pesado de um homem
Recolho aos ataques, avanço nas entrelinhas do olhar e do jogo de corpo
Lanço-me, sobrevoando com olhos de águia, mas fico tímida quando o abutre avança para me pegar, encolho fico sem forças, morrer é a solução!
Paro! Silencio! Vou negando meus desejos, culpas e medos, até infantis
Nuvens se formam aqui e ali. São sonhos, vou pegando pedaços de mim e de quem me rodeia.
Imprimo cores nas paredes e nas dores, ressurjo assim: cega, surda e muda,
Levanto o olhar e a direção torna-se um caminho, sem corpo, só indo...
colhendo perdida sim, mas encontrando-me.
Resignar ou indignar-me ainda não decidi!
Kenia Costa
19/10/2015