Híbrido
O intento dúbio de cruzar pombo com sabiá,
Até cruza, mas, jamais forma-se daí, um ninho;
não falta um incauto para dizer que se formará,
incauto é incauto, e não vale o pitaco que dá,
pois, meus desacertos, desacerto-os sozinho...
O preço das escolhas pendendo na parede,
digo, na nuvem que sombreia a cada retina;
indício de que nossas asas pararam na rede,
seduzidas e engodadas pela etiqueta verde,
que nos acenava com um negócio da China...
Mas, a China também oculta seus embustes,
Se diz república, e é ditadura monocrômica,
Após errarmos os passos, nos restam ajustes,
pagarmos o preço devido, por muito que custe,
quisera fosse apenas pendência econômica...
Contudo, as promissórias dos sonhos vencem,
e inadimplência nisso demanda um alto juro;
antes que o capital de outro sonho compense,
agoniza o palhaço nessa dura faina circense,
onde esconde a cara, camufla-se no escuro...
Só resta guardar fechadas as asas, fixar a lição,
sanar os hematomas herdados nesse pancrácio;
como não maldizer o sim que era disfarce do não?
Por fim, saber que o vero amor não faz promoção,
Antes, promove o ditoso plebeu para o palácio...