Estrelas do Céu Noturno
Procurei contá-las
Mas faltaram-me os dedos
Tentei até com pétalas
E com todo o arvoredo
E deixei o tempo passar
E esqueci-me da loucura
De contar quantas, no mar
Gotas, lhe davam formosura
E voltei-me para o céu
Em certa noite tão fria
Em que a geada queimava
E a minha alma ardia
Entre os flocos de gelo quentes
Hesitei por breves instantes
E as tão frias, eloquentes
Estrelas do céu, brilhantes
Mas nem os efémeros números
Ou as pétalas soltas aos ventos
Nem com as gotas dos oceanos
Durante o que restasse dos tempos
poderia revelar em quantos
Quem ao Homem deu o sentimento
Pois quem enumera encantos
Habita preso no tormento