Estrelas do Céu Noturno

Procurei contá-las

Mas faltaram-me os dedos

Tentei até com pétalas

E com todo o arvoredo

E deixei o tempo passar

E esqueci-me da loucura

De contar quantas, no mar

Gotas, lhe davam formosura

E voltei-me para o céu

Em certa noite tão fria

Em que a geada queimava

E a minha alma ardia

Entre os flocos de gelo quentes

Hesitei por breves instantes

E as tão frias, eloquentes

Estrelas do céu, brilhantes

Mas nem os efémeros números

Ou as pétalas soltas aos ventos

Nem com as gotas dos oceanos

Durante o que restasse dos tempos

poderia revelar em quantos

Quem ao Homem deu o sentimento

Pois quem enumera encantos

Habita preso no tormento

Ricardo deSá
Enviado por Ricardo deSá em 15/10/2015
Reeditado em 15/10/2015
Código do texto: T5415688
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