Demandas
É preciso amor próprio pra dar as costas
Quando o próprio amor quer dar a vida;
Sem réplica igual não valem mãos postas,
Só descarga quando anelos viram bostas,
E a assepsia pra não inflamar tal ferida...
É preciso ousadia se, verdade constrange
Ou o silêncio pra amputar à hipocrisia;
Pois, é mais que polidez que isso abrange,
antes que um amalgamar falso se arranje,
os conselhos da noite, pratiquemos de dia...
É necessário têmpera pra arrostar à plebe,
Que se acomoda faceira na mediocridade;
O lugar comum que automática concebe,
droga normal que usa e nem mais percebe,
que assassinaram sua própria identidade...
É preciso saco pra engolir sapos e as larvas,
dos discursos fajutos de tanto “Inocêncio”
cujos carro da pretensão desconhece travas,
aí, logram uma proeza de matar às palavras,
co’a mesma clava que assassinam o silêncio...
É preciso coragem pra alcançar a excelência,
Pois, tal alvo, demanda, às vezes agir só;
Pronto a sofrer sem fazer qualquer violência,
Pra que ao ligar o aspirador da consciência,
Ele trabalhe sempre vazio, por falta de pó...