O OUTRO DENTRO DE MIM

Quando bebi, por dias e noites,

Todos os cálices transbordantes dos meus encontros,

às vezes em águas cristalinas

ou espelhos imaginários apresentando imagens inexprimíveis que

se alternavam às vezes luzes e trevas,

chegando e partindo nas pegadas do destino.

Em cada gole, procurei conhecer

o sabor doce ou amargo que predominava.

Mesmo livre das correntes

que aprisionava a calma,

num principio de falsa liberdade,

aos poucos, tragava a própria alma.

Fiz-me visitar em imaginários distantes,

cada vez indo mais longe ao encontro

das procuras aprisionadas em adversos momentos.

Buscando outros dentro do eu

em atalhos e labirintos,

não fiz de mim um prisioneiro,

somente aceitei o desafio

do frio sentimento de estar

em muitos fragmentos de matéria e espírito.

A consciência não conhecia o desconhecido

que habitava na inocência do outro

que dormia dentro das razões e paixões

do seu intimo ninho de sabedoria.

Foram tantos esses eus

encontrando os seus eus lúcidos,

numa buscas existencialista

para alterar as sombras em seus vultos

imaginários completando em suas formas abstratas

na extensão de uma linha, de um ponto ao outro

não diminui o espaço entre si.

Nessa busca o outro vinha,

por caminho paralelo,

ao encontro das cores neutras

para chegar ao ponto do conflito

da imagem desconhecida do adversário

que circulava rodopiante.

Por algumas vezes equilibrei os encontros,

dando vida aos espectros,

que divergiam da imagem

que atracava em meu corpo,

no inicio de cada aurora.

Batendo em cada porta

à procura das novas faces

para que dessa maneira

entrasse e instalasse em harmonia.

Sem conhecer suas entranhas

procurei investigar o que escondia

suas estranhas formas,

aos pouco fui visitando

o extenso rebanho de criaturas,

sem face, vítimas de suas formas intangíveis.

Todavia cada momento

a fantasia se desfazia em obediência

à serenidade plena do último disfarce

escondido, por trás da face

semelhante aos prazeres e à felicidade.

Ambos permaneceram em permanente

vigília de reflexões em seus eus,

Castro Rosas

Castro Rosas
Enviado por Castro Rosas em 10/10/2015
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