O OUTRO DENTRO DE MIM
Quando bebi, por dias e noites,
Todos os cálices transbordantes dos meus encontros,
às vezes em águas cristalinas
ou espelhos imaginários apresentando imagens inexprimíveis que
se alternavam às vezes luzes e trevas,
chegando e partindo nas pegadas do destino.
Em cada gole, procurei conhecer
o sabor doce ou amargo que predominava.
Mesmo livre das correntes
que aprisionava a calma,
num principio de falsa liberdade,
aos poucos, tragava a própria alma.
Fiz-me visitar em imaginários distantes,
cada vez indo mais longe ao encontro
das procuras aprisionadas em adversos momentos.
Buscando outros dentro do eu
em atalhos e labirintos,
não fiz de mim um prisioneiro,
somente aceitei o desafio
do frio sentimento de estar
em muitos fragmentos de matéria e espírito.
A consciência não conhecia o desconhecido
que habitava na inocência do outro
que dormia dentro das razões e paixões
do seu intimo ninho de sabedoria.
Foram tantos esses eus
encontrando os seus eus lúcidos,
numa buscas existencialista
para alterar as sombras em seus vultos
imaginários completando em suas formas abstratas
na extensão de uma linha, de um ponto ao outro
não diminui o espaço entre si.
Nessa busca o outro vinha,
por caminho paralelo,
ao encontro das cores neutras
para chegar ao ponto do conflito
da imagem desconhecida do adversário
que circulava rodopiante.
Por algumas vezes equilibrei os encontros,
dando vida aos espectros,
que divergiam da imagem
que atracava em meu corpo,
no inicio de cada aurora.
Batendo em cada porta
à procura das novas faces
para que dessa maneira
entrasse e instalasse em harmonia.
Sem conhecer suas entranhas
procurei investigar o que escondia
suas estranhas formas,
aos pouco fui visitando
o extenso rebanho de criaturas,
sem face, vítimas de suas formas intangíveis.
Todavia cada momento
a fantasia se desfazia em obediência
à serenidade plena do último disfarce
escondido, por trás da face
semelhante aos prazeres e à felicidade.
Ambos permaneceram em permanente
vigília de reflexões em seus eus,
Castro Rosas