O silêncio que protege

É meu ponto de vista, não rotule, nem aponte

A ponte que separa me entristece, mas permanece

Sem perguntas, nem respostas, no silêncio nos protege

Entre vírgulas e reticências, a palavra não soa, emudece

Não julgue, não condene, não conhece a verdade

É minha, e a guardo, só sabe quem merece, não critique

Nem xingue a mãe como filha da outra, o bem pratique

Vivo sem querer quase nada, um erro, uma necessidade

Sigo no alcance que me aflige, a verdade e o limite

Salva, sana, e não corto as asas, deixo que voem

Sina que assanha, se recolhe, e por amor se omite

Tento viver, mesmo quando sangro, carne e alma doem.