Tapera.

Tapera...

Esta carcaça trêmula e envelhecida,

que abriga tosca e tão imperfeita alma.

Encarquilhada. Mais que lerda. Emurchecida.

Que não encontra e já nem concede calma.

É qual tapera de um sonho doce alentado...

De juvenis aspirações. De seus amores.

É traste triste. É qual mango abandonado.

É poncho velho. Esfarrapado e já sem cores.

Pobre de uso, que nenhuma serventia,

já mais não dá, apenas que meras lembranças,

em cada dobra, a se abrigar, no velho pano.

É xiru velho, cuja única ousadia,

é recordar o pampa, nas suas andanças,

a esperar pelo seu último minuano.

Aécio.

kauffmann
Enviado por kauffmann em 07/10/2015
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