Por que?
Já fui do mar.
Hoje, estou estatelada
na areia deixada.
Estou sem ar
e nesta terra de desilusão
o vazio é minha confusão.
Hoje sou o que de mim sobrou,
tudo o que o vento não soprou.
Me pergunto: o que queremos?
Por que ambicionamos?
Por que amamos?
Por que odiamos?
Por que matamos?
Por que o nascimento causamos?
Desprezível e incoerente ser. Por que tão contraditório?
Diante disso eu rio.
Esses seres cegos estão perdidos em seus mundos internos.
Pensam que são modernos...
Fora isso, tenho que admitir:
Também vivo em meu mundo interno e nem penso em partir.
Já pensei em fazer, mas desisti.
Eu nadava contra a corrente,
hoje, nem nado, não persisti.
Como todos os outros, eu me encontro dormente.