LÍNGUA

A lâmina afiada

Que fere

E mata sem dor,

O sulco do beijo

A saliva do amor,

A viúva negra

Solitária na sua sina

Vago caminho

Da renda do leito

Despojando o rico troféu

No nicho escuro

Enganando o predador.

A fala

Instrumentalizando

A língua

Palavra mal dita,

Um terror.

Se o afago

Não for sincero

Engula ao silêncio

A dor.

A Heresia,

A profanação do templo

Marcas de cicatrizes

Mal curadas

Na lembrança

Da inocência

Sepultada.

A leviandade

Da vida

Num modelar falido

Sem guarida

Singrando

Os mares

Infestando a terra:

Com falácias desprovidas.

Belo Horizonte, 16 de julho de 2013 – Atalir Ávila de Souza

Atalir Ávila
Enviado por Atalir Ávila em 01/10/2015
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