Pulsa

Pulsa

Pulsam os corações em brasas

E as vidas em Fênix renascidas

Levantam convulsionadas as asas

Abandonando as vestes destituídas.

E as asas em movimentos contínuos

Espalham as cinzas deixadas na praça.

E a cidade explode em gritos uníssonos,

Revelando a dor no clamor da massa.

E brada a torre os sinais de alerta

À luz da arritmia cardíaca da cidade

Rompe-se avenida em ferida aberta

E o sangue tinge a heterogeneidade.

Chora o que busca o pão,

Chora o sem terra e o sem teto,

Chora o peito do patrão,

Chora o ofendido e o desafeto,

Chora o médico e o doente,

Chora a pressa e o preso,

Chora o ébrio a aguardente,

Chora o enamorado o desprezo,

Chora o gigolô e a prostituta,

Chora o bancário e o banqueiro,

Chora o velho e o menino a labuta,

Chora o motorista e o passageiro.

Todo mundo grita e todo mundo chora

Chora aqui, lá e acolá toda gente,

Vale todo choro? O que importa agora,

É que cada um chora a dor que sente.

E Fênix voa seu voo indiferente

A dor de toda gente!!!

MAReis
Enviado por MAReis em 01/10/2015
Reeditado em 03/10/2015
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