Pulsa
Pulsa
Pulsam os corações em brasas
E as vidas em Fênix renascidas
Levantam convulsionadas as asas
Abandonando as vestes destituídas.
E as asas em movimentos contínuos
Espalham as cinzas deixadas na praça.
E a cidade explode em gritos uníssonos,
Revelando a dor no clamor da massa.
E brada a torre os sinais de alerta
À luz da arritmia cardíaca da cidade
Rompe-se avenida em ferida aberta
E o sangue tinge a heterogeneidade.
Chora o que busca o pão,
Chora o sem terra e o sem teto,
Chora o peito do patrão,
Chora o ofendido e o desafeto,
Chora o médico e o doente,
Chora a pressa e o preso,
Chora o ébrio a aguardente,
Chora o enamorado o desprezo,
Chora o gigolô e a prostituta,
Chora o bancário e o banqueiro,
Chora o velho e o menino a labuta,
Chora o motorista e o passageiro.
Todo mundo grita e todo mundo chora
Chora aqui, lá e acolá toda gente,
Vale todo choro? O que importa agora,
É que cada um chora a dor que sente.
E Fênix voa seu voo indiferente
A dor de toda gente!!!