Doce Infância
Dia a dia na cidade
Diante de imponentes edifícios
Escorre em mim a saudade
Pela minha alma em seus orifícios
Sinto falta de meu antigo coração
Que até em dias salgados extraía doçura
Hoje, em face de meu envelhecimento
Ele está em plena deterioração
Pobre coração, só faz sentir a amargura
Doce infância, tu jamais irá voltar
Poesia da vida, colorido chão
Doce infância, de ti fui me separar
Descobri que as nuvens não são feitas de algodão
Descobri não saber qual é a minha direção
Descobri que não sei se consigo me achar
Descobri que talvez eu tenha que me perder
Para enfim poder me encontrar
Infância, doce infância, só me resta lhe cultuar
E um pouco de tua inocência quiçá resgatar
E um pouco de tua alegria quiçá reaproveitar
Pois a ventania é forte e entorta o meu caminhar
Infância, doce infância, vou seguir o meu andar