Olhos roxos
Eu tentei te entender todos os dias
Se entregando a maldita opressão
Li em teus olhos a dor e a agonia
Até pensei ser coisas do seu coração
Ninguém ouviu o teu grito em silêncio
Em cativeiro no seu próprio lar
Ameaçada, abatida, cansada
Foi enganada quando tentou amar
Não sai de casa, anda cabisbaixa
Não tem mais cor, só os roxos dos olhos
Com a impunidade reinando, ela teme
Denunciar e assinar o próprio óbito
Ninguém entende o seu labirinto
Poucos se importam ou tentam ajudar
Tão abatida minha musa nem chora
Sabe que ninguém virá te salvar.
Hoje tua carne apodrece/descansa
Assassinada, virou comoção
Muita revolta e perplexidade
Em vão...